A revolução do vidro na arquitetura – O mundo muda, as pessoas mudam, as necessidades mudam… e uma das áreas que melhor entendem, acompanham e mais, ditam tais tendências, é a arquitetura.
Atrelado a isso temos o vidro, um produto milenar e ao mesmo tempo atualíssimo, inclusive é objeto majoritariamente utilizado em ambientes futuristas e modernos. Veio do passado, faz parte no presente e é o futuro.
Porém em alguns pontos essa união, entre arquitetura e vidro, poderia ser mais forte, pois as possibilidades que o vidro traz são inúmeras, podendo criar cenários incríveis, lindos, funcionais e surreais. Para isso, os artistas do mundo precisam estar antenados às particularidades e possibilidades desse material, pois assim terão a predisposição e know-how necessário para criarem. Mas muitas vezes não estão!
Indo mais a fundo no cenário brasileiro, percebe-se uma tendência arquitetônica muito puxada ao concreto, parte influenciada por grandes investimentos dessa indústria na arquitetura, oferecendo treinamento, conhecimento, acesso e principalmente, possibilidades. Hoje isso se reflete na arquitetura que vemos.
Isso acentua e corrobora o fato de quem dita os caminhos são arquitetos e arquitetas que, usando de suas referências, transbordam e desenham o mundo… e para o vidro fazer cada vez mais parte desse cenário a se construir está em justamente a indústria se aproximar dos criadores.
As universidades de arquitetura dedicam muito pouco, ou nenhum tempo focado em vidro. Vidro deveria ser uma matéria da grade, de mais de um semestre de duração inclusive, pois ele é amplo, versátil, estético e estrutural. Esse conhecimento ao profissional seria de valias imensuráveis.
O uso do vidro na arquitetura vai muito além da fabricação de janelas e portas de vidro. Com a arquitetura em vidros o profissional consegue elaborar projetos únicos, dotados de características, particularidades e propriedades que dificilmente seriam possíveis alcançar com a utilização de outros materiais, afinal, é um dos poucos capazes de atrelar a formação de uma barreira física resistente à uma solução transparente com tamanha eficiência.
E é justamente nesse gargalo de comunicação, nessa fina fenda entre esses dois universos, que um projeto foi criado para uni-los. Uma parte bem estreita mas primordial para que a ponte entre ambos seja feita e, nessa colisão de elementos, surja algo maior.
A ArchGlass, o maior portal do vidro para o segmento de Arquitetura tem representado um importante papel nessa revolução que já foi iniciada. A missão do projeto é fomentar a utilização de vidros na arquitetura ao diminuir essa distância entre os mercados, ou seja, a arquitetura e mercado vidreiro, juntos atuando em favor da sociedade num todo.
Não podemos negar que um dos objetivos da arquitetura é aperfeiçoar as experiências da vida e, para isso, os profissionais se comprometem em entregar projetos com qualidade, para realmente interagir com todos ao redor. Mas a falta de informação técnica e inspiracional dificultava para que os arquitetos e profissionais vidreiros pudessem atingir esse objetivo quando optam por elaborar projetos com vidros.
Não é preciso muito esforço para perceber que, em qualquer esfera da nossa vida, a ausência de informação refinada traz obstáculos e riscos. Na arquitetura com vidros a desinformação pode gerar acidentes sérios e até mesmo fatais, sem contar outras complicações jurídicas ocasionadas por ocorrências menores comumente encontradas em projetos fora das normas.
Parte do problema está que projetos fora de norma possuem valores mais baixos e só são possíveis devido à utilização de materiais sem especificações, que interagem negativamente com o grau de qualidade e segurança das obras. Em um orçamento mais baixo é comum encontrar materiais fora das normas, o que compromete todo o trabalho tanto em quesitos estéticos quanto de proteção.
Nesses casos, se as partes estão supridas de informações relevantes, tanto um quanto o outro (arquiteto e vidraceiro) poderá indicar, discutir e até mesmo exigir a utilização dos produtos corretos que atendam às normas da ABNT. Esse é um dos propósitos da ArchGlass.
O vidro e sua evolução
O vidro já foi um material limitado à alta sociedade. Antigamente era comum encontrar peças e estruturas de vidro somente em palácios ou outros espaços nobres. Com o passar dos anos e graças a Revolução Industrial houve redução do preço na matéria prima, o que fez com que o vidro se tornasse mais acessível para outras camadas da sociedade. Esse cenário contribuiu para a popularização do vidro, que passou a ser utilizado na fabricação de utensílios domésticos, móveis e outros segmentos não corriqueiros até então.
A acessibilidade da matéria prima gerou investimentos tecnológicos que permitiram que o vidro ganhasse mercados maiores e antes inexplorados pelo produto. Os estudos mudaram a alcunha de frágil que o vidro carregava e trouxeram benefícios singulares que fizeram com que ele se tornasse essencial em diversos setores do mercado mundial, como no setor de telefonia, tecnologia, automotivo e até centros educacionais – que atualizaram seus quadros de escritas para lousas de vidro. E o setor arquitetônico também foi beneficiado por essa linha evolutiva.
Arquitetura em Vidro
Na arquitetura, o vidro, que antes era utilizado como material complementar (como em janelas e portas), passou a figurar como protagonista dos projetos. Exemplos desse fato nós podemos observar em elementos distintos, como grandes fachadas de edifícios, coberturas de ambientes, piscinas, casas e até mesmo pontes de vidro.
No Brasil temos poucos exemplos de obras grandiosas feitas com vidro – como a Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi, construída em São Paulo. Mas em terras internacionais é possível visitar a ponte de vidro da China (a mais longa do mundo, com quase 500 metros de extensão), hotéis de vidro submerso – como o das Ilhas Maldivias, o prédio Buj Khalifa, de Dubai, dentre outras grandiosidades.
O mundo do vidro no Brasil
Assim como em outros setores, no universo dos vidros também é possível perceber um grande distanciamento existente entre o Brasil e outros países mais desenvolvidos, que intensificaram a utilização de vidros na arquitetura anos atrás. Esse cenário fez com que, atualmente, esses países possuam uma variedade de pontos turísticos e projetos referências na arquitetura com vidros.
Quando o assunto é vidro, apesar de estarmos atrás de alguns países mais desenvolvidos, por aqui é possível observar uma constante crescente no uso do material para aplicações em geral. No Brasil, toda produção de vidro está concentrada nas indústrias vidreiras que realizam todo o processo de fabricação do produto, desde o derretimento da areia com calcário, barrilha, alumina, corantes e descorantes (matéria prima) até a concepção do vidro plano.
Das indústrias os vidros seguem para as beneficiadoras, onde recebem suas particularidades e tecnologias que os distinguirão uns dos outros. Nesses locais os vidros ganham características que aumentam sua resistência, segurança, beleza, conforto, praticidade, funcionalidade, etc. Após a fase de beneficiamentos o vidro chega às vidraçarias, onde serão manuseados e utilizados em diferentes segmentos.
Nos últimos anos o mercado vidreiro realizou investimentos pesados para fomentar a evolução do vidro no mercado nacional. Dentre as ações está a realização de feiras, palestras, eventos e pesquisas relacionadas ao vidro. Essas ações auxiliam a manter o universo do vidro no Brasil sempre em ascendência.
Arquitetura em vidro no Brasil
A utilização do vidro em projetos arquitetônicos no Brasil sempre ocorreu lentamente. Um dos motivos está justamente na falta de informação. Pra se ter ideia, algumas pessoas não sabem que existe um tipo de vidro específico para determinada aplicação. Ou se quer imaginam que exista um vidro que se limpa sozinho ou não permite a proliferação de bactérias em sua superfície. Esse cenário é corriqueiro, pois como supracitado, até mesmo nas faculdades de arquitetura a quantidade de horas dedicadas para estudo do vidro é baixa ou nula, fazendo com que os recém-formados cheguem ao mercado de trabalho com preconceito quanto à resistência do produto ou sem informações claras sobre o uso de vidros.
Após anos de participação e análise do mercado da construção civil, estudos em parceria com arquitetos experientes e outros aspectos, os idealizadores do projeto ArchGlass iniciaram na intenção de quebrar essa barreira, a ArchGlass surgiu e fundou, no final de 2018, o maior portal aliado do arquiteto quando o assunto é informação sobre o universo vidreiro.
“Nosso objetivo é transmitir informação e melhorar o mercado de forma ampla e contundente. Atuar em algo e não deixar legado é passar despercebido no mundo, precisamos parar de reclamar e fazer algo pela mudança.” – disse Felipe Cassola, idealizador da ArchGlass Brasil.
Muito mais do que informar, o grupo possui um time de consultores que atuam intensamente na instrução dos arquitetos que trazem dúvidas sobre a especificação correta do vidro a ser utilizado no seu projeto. As dúvidas giram em torno dos tipos de vidros existentes, vantagens e desvantagens do modelo, além das normas para garantir os requisitos mínimos de qualidade e segurança.
Para alcançar isso a ArchGlass estabeleceu parcerias com grandes empresas do setor vidreiro e arquitetos reconhecidos nacionalmente. O grupo atuou nos estudos de conteúdo e desenvolvimento de projetos em vidro para criar um portal carregado de informações sobre o uso de vidro na arquitetura e construção civil. A ferramenta tende a ser uma aliada na tentativa de preencher o vácuo de informações existente entre os segmentos.
Essas parcerias também permitem a disseminação de conteúdo através de palestras, workshops e eventos diversos, como foi o caso do ArchGlass Summit 2019, ocasião em a empresa reuniu cerca de 300 arquitetos em seu primeiro evento aberto aos profissionais do ramo.
Atuando nos dois lados
Para existir uma boa comunicação é preciso que o emissor e o receptor estejam sintonizados. Sendo assim, a ArchGlass apoia suas diretrizes observando os dois lados da moeda. Se de um lado o portal beneficia o arquiteto, que há anos tem passado dificuldades de encontrar informações claras sobre o assunto, do outro lado o setor vidreiro também é beneficiado, tanto pelas referências técnicas quanto pelo aumento da demanda.
Acontece que com a maior demanda – aliada com o acesso às informações e as grandes tendências trazidas de outros países – o arquiteto pode ter outro tipo de obstáculo pela frente. Nessa etapa o problema é encontrar empresas competentes para a realização dos projetos.
Por um lado essa notícia é boa, porque o acesso à informação fez com que os profissionais aumentassem os critérios de avaliação em todas as fases do projeto. Afinal de contas, enquadrar todas as etapas da obra às normas de segurança da ABNT é essencial e, com o acesso à informação, o arquiteto tem se tornado autoridade no assunto, o que dá respaldo para exigir o produto correto e avaliar de maneira mais precisa.
Mas por outro lado isso evidencia que muitas empresas ainda não estão preparadas para suprir os critérios de exigência definidos pelas normas da ABNT ou outras exigências mais altas. Ao optar por uma empresa não preparada o arquiteto corre o risco de assinar uma obra que poderá apresentar muitos problemas, colocando em jogo o projeto, o cliente, a profissão e até a vida de pessoas.
Pensando nisso a ArchGlass Brasil criou um novo projeto para apoiar o universo vidreiro, colaborando com as empresas sérias que já realizam projetos dentro das especificações e com os vidraceiros que possuem interesse em se informar para oferecer um serviço adequado, seguro e de qualidade.
O ‘Barato com Qualidade’ é um projeto que possui a assinatura de criação e gestão da ArchGlass Brasil. O projeto visa mostrar aos arquitetos e solicitantes de serviços em vidro que o barato com qualidade infelizmente não existe!
Para isso foi criado um site e blog com as informações de normas regulamentadoras para a construção dos mais diversos projetos em vidro. O site também será um local onde os vidraceiros e pessoas em geral podem compartilhar fotos e vídeos de serviços realizados fora das normas, mostrando de forma clara os riscos que esses projetos podem gerar.
Segundo os organizadores, O ‘Barato com Qualidade’ é a ponta oposta da corda, de um lado o arquiteto demanda profissionalismo, do outro nós ajudaremos o mercado a se qualificar.
O site não só serve para que o vidraceiro possa se informar sobre a forma correta de praticar suas atividades, servirá também para que as vidraçarias sérias possam utilizá-lo como argumento de venda ao mostrar o que pode acontecer caso o seu possível cliente resolva optar por orçamentos mais baratos, visando apenas a economia do projeto sem se atentar a segurança e legislação.
As empresas parceiras da ArchGlass Brasil possuem o selo “Parceiro do Vidro”, que representa uma certificação de que a empresa trabalha de acordo com as normas e colabora de alguma forma com a disseminação de conteúdo aos arquitetos. Os vidraceiros também têm a sua certificação, denominada de selo “Vidraceiro Responsável”, destinados aos profissionais que seguem as normas e trabalham com seriedade.
Pela ideologia, o portal ArchGlass e suas adjacências podem oferecer muito para a arquitetura com vidros e sociedade em geral. Pelo visto, isso é só o começo de uma revolução vidreira ainda maior que a ArchGlass Brasil está prometendo (e realizando) no setor de arquitetura nacional.